*Imagem: Maud Chalard

Qualquer dia desses, teus olhos. Eu na mira da tua boca, do teu corpo, da tua chama. Qualquer dia desses, eu, acesa. Lolita, fome, fato, pacote embrulhado para presente.

Qualquer dia desses, nós outra vez. O mesmo relógio no teu pulso, o mesmo carro, as mesmas noites torrenciais de chuva e abrigo. De estrada a fora.

Qualquer dia desses, meus olhos. Você na mira da minha boca, meu corpo, minha chama. E a gente derruba tudo, bagunça tudo.  Eu só fui muralha até você chegar.

Qualquer dia desses, roupas pelo chão.  Saudade suada, abrindo botões, portões, janelas.
Qualquer dia desses, teus olhos de novo. Numa praça, numa rua, num shopping. Através do vidro, entre o vestido e a minha pele.

O coração reconhece.

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